Eu
sou dualista e, por isso, pego-me em contradição. Por exemplo, eu tenho uma
definição precisa de política: “Política é a arte de enganar para se dar bem!”.
Está definição me impede, por exemplo, de envolver-me mais intensamente com a
política partidária. Embora filiado a um partido, desconheço como ele funciona –
sou como um batizado que comparece só aos casamentos, quando convidado. Meu
comportamento cotidiano geralmente nega minha profissão de fé –. Eu sou filiado a um partido de esquerda, mas
no dia a dia defendo ideias liberais, como se fossem de esquerda. O contrario
também acontece. Isso apenas ilustra o meu pouco envolvimento com a política,
que procuro desconhecer como funciona. Pra mim está dado: quem se envolve com
política é pra se dar bem, sem esforço, e precisa aprender a enganar. Fazer-se
confiável, boa pinta, companheiro, até alcançar o que interessa: o interesse
próprio. Eu dissimulo bem meus sentimentos, mas meus interesses, esses parecem
impressos em mim. Então é melhor que eu fique longe de uma pratica que exige a
arte do engano. Se política é a arte de enganar para se dar bem, eu deveria
bater palmas para o atual desgoverno. Ocorre que não consigo ver o desgoverno
como alguém que soube nos enganar, posto que ele é apenas parte do engano, que
não se completou ainda. Temer é só um pião a ser movimentado a qualquer
momento. Nós que o levamos ao posto em que se encontra devemos nos preparar, o
verdadeiro ardiloso ainda esta por se revelar. Se já estamos nos sentindo
iludidos, que nos preparemos. Temer é só um blefe no jogo em que estamos
envolvido, um bocó que fizeram acreditar que poderia ser estadista. Eu
desconfio que por trás desse desgoverno de fachada há algo que ainda não está
revelado, a arquitetura do GOLPE (perdão ministra Weber, não encontro termo
melhor) não está completa. Temer é apenas o interino, o figurativo que continua
figurativo. E estamos nos enredando nesse jogo como nos enredamos no fora Dilma. Vamos nos
concentrando na figura patética de Temer e nos esquecendo dos que o sustentam
por trás: os BBBs (bancadas do Boi, da Bala e da bíblia (com minúsculo mesmo,
porque esta corja, infama a Sagrada Escritura) junto com nossa calhorda Mídia.
A tese do menos Estado para governar melhor encanta, mas serve a quem? Menos
Estado eu entendo, posso estar enganado, é mais poder em um só ou em um grupo
restrito. A qual grupo restrito interessa concentrar o poder do Estado? Eu
posso estar enganado, mas nos estão enganando. É a política.
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