quinta-feira, maio 05, 2016
COISAS DE PAU D’ALHO
No
final dos anos 60 uma serie de crimes agitou a pacata cidade de Pau D’Allho.
Para por fim aos acontecimentos um nobre edil levou à câmara projeto de lei que
obrigava o recolhimento de todas as facas dos munícipes e proibia a
comercialização de tal objeto na cidade. Houve debates acirrrados a favor e
contra. Uns diziam que era constitucional outros diziam que era
inconstitucional, outros queriam, o simples: desvendar o(s) autor(ES) dos
famigerados crimes. Diziam que tinha filho de fazendeiro envolvido e coisas e
tais. E naquela época não se mexia com fazendeiro. Um outro edil, no impasse
que se criou emitiu projeto de lei que determinava enviar a Capital pedido de alteração
do texto constitucional, permitindo a aplicação da lei no nobre companheiro. Tio
voltou com essas novidades da cidade e narrou-nos os eventos. Vó cerzia uns trapos de vô trabalhar na roça e
atenta a tio talhou o dedo com a tesoura. Ela então comentou, “pede para
colocar a tesoura nesse rol de instrumentos que criamos para facilitar nossas
vidas, mas que por descuido o má intenção usamos para nos agredir e ferir, e
tira ela de circulação também.” Antes de irmos dormir tia nos contou história.
E vó, antes da benção, nos ensinou: “O erro não está nos instrumentos, está no
propósito de quem os usa; as leis a constituição são apenas instrumentos. Mudar
os instrumentos e não mudar as intenções de quem os usa é como apagar fogo com querosene.”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário