Dona
Eugênia é uma boa senhora, gosta de ajudar os mais necessitados. Distribui
roupas no inverno, brinquedos no natal e durante o ano colabora com doações ao
fundo de assistência. Por seus prestigiosos serviços chegou a receber comenda
do município. Dona Eugênia, para ajudar na organização da casa, sempre contou
com a ajuda de Sebastiana, para quem dava uns trocadinhos, vez ou outra. “Temos
que ajudar como podemos”, proverbiava. A ajuda de dona Sebastiana consistia em
tirar pó, varrer quintal, lavar e passar, duas três vezes na semana. Os trocadinhos
de dona Eugênia era algo com o qual não se podia contar, vezes vinha, vezes
ficava para uma outra vez. Nunca era uma quantia certa. “Dona Eugênia me ajuda
como pode”, dizia Sebastiana. Mas o município criou um tal de Frente de Trabalho,
com recursos da Capital e um tal de Complemento de Renda, também repasse da
Capital. O dinheiro era coisa pouca, mas era coisa certa. Sebastiana se
inscreveu nos tais programas. “Depois que Sebastiana passou a receber ajuda do
município ficou preguiçosa. Pobre é assim, não pode ver um dinherinho a mais
que se encosta”, rezava dona Eugênia, enquanto a menina Margareth passava o
pano no chão. “Margareth, tem uns vestidinho ali que eram de Regina, o que te
servir você pode levar”. “Dona Eugênia é pessoa tão boa”, pensou a menina
Margareth.
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