Um fato não é um acontecimento casual, é um produto
humano, por isso, intencional, político. Não existe fato distituído de
interesse. Toda fato é fugaz, o que se estende são as interpretações. E toda
interpretação é uma fracassada tentativa de convencer a si mesmo seu apego a uma
ilusão: Que o fato é uma verdade. (Rodner Lúcio)
Como arte de enganar o outro para se dar bem, política
e verdade não se coadunam. Em verdade, seja qual for a concepção de verdade que
um sujeito carraga consigo, ela é inimiga da política. Inseparável da politica
é a mentira. E toda mentira é justificada.
Não importa, portanto, que Termer, os parlamentares,
nossos ministros da justiça sejam uma só mentira. O importante é que eles
cumprem um fim bom; isto é, um fim que condivido. Sim, a mentira é necessária
para por fim à mentira. Fomos enganados. Então, não é mal enganarmos.
O rei está nú! Só os idiotas não percebem a farsa!
Na verdade só os idiotas revelam a farsa! Perceber todos nós percebemos, mas
queremos participar dela. O rei nú causa-nos certo desconforto, mas, ensinava
minha avó: “habitos do rei,vicius do reinado”. Temer, os parlamentares, nossos
ministros da justiça riem de nós, de nossa nudez. Eles apontam o dedo para nós
e riem-se: “somos a vós espelhos”, anunciam em rede nacional. Isso explica porque
o mundo inteiro se escandaliza e nós não. Pelo contrário vamos buscando
justificativas, interpretações que se casem com o que nos interessa.
Em política, é preciso lembrar, quando a mentira se
torna insufciente: quando não se acredita mais no partorzinho a gritar: “Olha o
lobo! Olha o lobo! Olha o lobo!”, só resta a violência: o uso arbitrário da
força. E não será o lobo a receber as bordoadas. Caminhamos para isso! Sendo os três poderes uma mentira só, a violência
indiscriminada ronda-nos. Penso em me vestir em pele de lobo. Não, os pastores
já usam bem essa tecnica. Eu minto, mas não chego a tanto. Verdade e religião
também nunca se encontram.
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