segunda-feira, maio 30, 2016
Enquanto te beijo
IMAGINADO FUTEBOL CLUBE
Aos trinta do primeiro tempo o adversário pressionava. Mas,
Triguinho, o Mago, que até então estava apagado no jogo, na meia canja,
acolchoou a bola no peito, deixou-a deslizar para a perna direita, gingou o
corpo pra lá, pra cá, passou o pé sobre a bola, tirando dois adversários da
jogada, com um toque magistral deixou Aparício na cara do gol. Este só teve o
trabalho de, com um toque, tirar o goleiro do lance e estufar a rede. “Gênio!
Gênio!” comentava efusivo o locutor que minutos antes pedia a substituição de
Triguinho. “Tem que ir pra Seleção! Tem que ir pra Seleção!” Trinta e oito do
segundo tempo, Abelardão cometeu, num lance infantil, pênalti. Ele apenas
entrara para ajudar o time na retranca, e “comete uma cagada dessa”, o
comentarista se desculpou, em seguida pela “infeliz expressão: cagada”. O
batedor adversário foi pra bola. Olhar frio, confiante... A torcida
apreensiva... O chute... Rodolfinho se esticou todo e com a ponta da chuteira
defendeu milagrosamente. O empate levaria a disputa aos pênaltis. O time se
segurava todo na retaguarda. A torcida com o coração na mão, o comentarista
dando por certo o empate e quiçá a vitória do adversário ainda no tempo normal.
Já nos acréscimos, aos quarenta e sete precisamente, o adversário todo foi pra
área, inclusive o goleiro: era “a derradeira oportunidade” ... A bola sobrou
nos pés de Triguinho que, fora a jogada magistral do primeiro gol, “não se
fazia presente na partida”, dizia o comentarista. Triguinho acolheu a bola rebatida da área, amorteceu-a
na grama, levantou a cabeça, viu o goleiro adversário voltando desesperado pro
gol. Chutou a bola como quem arremessa para uma cesta de três pontos: “Gooooooooolaçooooo.
Golaço do gênio: Triguiiiiiiinho é o nome dele!” ... Estava tudo consumado:
Imaginado Futebol Clube 2, adversário 0. O comentarista, a todo momento querendo sua
substituição, se rende: “É craque de seleção! É craque de seleção!”
Triguinho, 14 anos, é um corpo estendido de bala perdida, na
plena realidade de uma semana que apenas começa. No jogo da vida, a violência
vai ganhando de lavada.
domingo, maio 29, 2016
CRISÂNTEMOS
O CARA
sábado, maio 28, 2016
QUE HOMEM EU DEVO SER?
O MUNDO DAS AVES
sexta-feira, maio 27, 2016
A FACA
RÈVSlandia
quinta-feira, maio 26, 2016
UM ESTUPRADOR NO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Eu, como cidadã(o) me sinto aviltada(o) diante de imagens de violência explícita e sei que seus autores contam com a certeza da impunidade, por isso gostaria de pedir que seja feita uma investigação para punir os responsáveis por este crime hediondo."
Eu, como cidadã(o) me sinto aviltada(o) diante de imagens de violência explícita e sei que seus autores contam com a certeza da impunidade, por isso gostaria de pedir que seja feita uma investigação para punir os responsáveis por este crime hediondo."
quarta-feira, maio 25, 2016
OLHA O LOBO
segunda-feira, maio 23, 2016
Pedindo licença a Gregório de Matos.
De dois ff se compõe
este desgoverno a meu ver:
um furtar, outro foder...
no primeiro trata-se do povo
no segundo, o Aecin será o primeiro.
SOBRE NOSSOS INSTINTOS
A PESSOA HUMANA SER CULTURAL
domingo, maio 22, 2016
SOBRE O AMOR CORTES
sexta-feira, maio 20, 2016
FRANCISCO MARX E LÁZARO
Tandara
quinta-feira, maio 19, 2016
POLÍTICA
terça-feira, maio 17, 2016
IMPOSTOR MISÓGINO CLEPTOCRÁTICO EUGÊNICO
segunda-feira, maio 16, 2016
ÁGUIA E GALINHA
INOCÊNCIO
"Então você acredita mesmo que quem limpa a cozinha com os pés e as mão sujas, limpa a cozinha?" Perguntou Inocêncio
COISAS DE PAU D’ALHO II
domingo, maio 15, 2016
PROPRIEDADE PRIVADA E CAPITALISMO
sexta-feira, maio 13, 2016
O ASNO O BURRO O RATO
MEA CULPA
É, nós sabíamos que Michael Ellias (Mika) era estranho. Soturno, tinha aquele olhar para dentro e um riso alienado. Ele não gostava, mas, nas brincadeiras o tratávamos como “café com leite”. As meninas o evitavam e o chamavam Nosferatu. Nós sabíamos de sua debilidade, de sua pouca compreensão da realidade e sua misoginia. Sabíamos. Foi o Gustavo Lima que nos deu a ideia. O Marcos trouxe-nos umas revistas do pai, passamos a tarde nos masturbando e comparando as figuras das revistas com nossas irmãs e primas. “E se a gente mostrar pro Mika?”, comentou o Gustavo. Nos divertimos com Mika e sua repulsa raivosa às imagens na revista. “Sabe Mika”, começou o Adalberto, “a R., do segundo ano, ela quer fazer isso contigo”, e mostrava-lhe a cena da revista. Mika enfurecia-se, gaguejava, tentava a custo tomar-nos a revista. Riamos e repetíamos mantramente “R. quer chupar o Mika”. O resultado da brincadeira foram três ponto na testa de Adalberto, Mika avançou contra ele para tomar-lhe as revistas, Adalberto, desvencilhando, bateu com o rosto na porta. Nós não gostávamos de R., ela parecia moleque e gostava de andar com uns pretos do morro. Não gostávamos deles também, eram trombadinhas. Mas R. preferia andar com eles a nos dar bola. Continuamos importunando Mika com nosso mantra, acrescentando uma ou outra frase: “ela vai enfiar o dedo no teu cú”, “ela vai cortar o teu pinto”. Era divertido deixar o Mika nervoso. Nos vingávamos de R. . R. um dia, apareceu morta no campo de educação física. Nua, tinha a língua e o dedo médio cortados. O dedo médio foi encontrado no reto. Sabíamos que Michael Ellias era estranho e o insidiamos. A culpa, no entanto, era de R. . Ela não tinha recato. Depois, prenderam um preto no morro, não se tocou mais no assunto. Michael Ellias assumiu a presidência do grêmio. Prometeu que só os alunos com mais de três nomes fariam uso do refeitório.