No futuro vou ensinar a meus filhos a história de sua mãe. Será uma história, a princípio, mítica. A mãe será, então, ora deusa, ora heroína, e o mundo seu reinado de amor incondicionado. Vou desenhar para meus filhos imagens de mistério e encanto. À medida que eles forem entrando na idade da razão vou lhes ensinando a mãe com os critérios de humanidade, para que eles a entendam não apenas como um papel social, mas como ser transcendendo qualquer determinação. Não os apressarei de uma passagem à outra. Vou contar-lhes também a história dos avôs: serão totens, anciões sagrados, homens sábios. Vou ensinar a meus filhos o amor e a sabedoria das avós. Ensinar-lhes-ei a dor e a morte como caminhos sagrados, porque é mistério. Vou ensinar a meus filhos os tios e tias. Então, vou contar-lhes a história destes grandes homens e mulheres: Geraldo, Luciene, Marco A Senna, Lidiane, Cristine Dutra, Zulene, Marco Maida, Lygia, Elvis... Marcos de humanidade, que muito contribuíram para a formação de meu espírito e para uma cultura que ainda virá. Quero que meus filhos saibam deles como heróis e como pessoas encarnadas de ideais eternos. São “Quixotes” e “Franciscos”, “Zumbis de morte Severina”, como diz o poema. São homens e mulheres que batalham e lutam por um mundo plural, diverso, comunitário, que quero ensinar para meus filhos. Quero ensinar-lhes o que há de melhor, para que em seus futuros eles tenham de onde partir para suas escolhas mais fundamentais. No futuro vou ensinar para meus filhos o voou que compete só a eles dar. Vou ensinar a meus filhos, na idade certa, que é preciso torna-se adulto e amadurecer e caminhar resoluto, fronte erguida, mas, serena, sem arrogância. Quero que meus filhos vençam não com as armas e os punhos cerrados, mas com as mãos estendidas e solidarias. Não tenho planos futuros para meus filhos. No futuro quero que meus filhos se projetem com os valores que hei de lhes ensinar.
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