Por Claudio Domingos Fernandes
El hombre es hombre porque reconoce su dignidad y la
de lós demás. Karl Jaspers
A pessoa é uma presença voltada para o mundo e para as outras pessoas. Ela não existe senão em relação com os outros, não conhece a si mesma senão pelos outros, não se encontra senão nos outros. Sua primeira experiência é o acolhimento no seio materno, o seu primeiro olhar é o mirar de um olhar que a mira. A pessoa nasce neste primeiro acolhimento, nesta primeira e recíproca mirada.
A pessoa não é uma coisa, um objeto, um algo. Não é um que, é um quem numa teia de relações condicionando-a, sem determiná-la. Destinada a grandes realizações, a inscrever seu ser na história por atos e palavras, a pessoa está propensa também a devaneios, delírios, sandices. Amor, paixão, culpa, pena, raiva, bondade, compaixão, ódio, medos, esperanças, camaradagens e traições manifestam o humano em cada pessoa sem o encerrar. A mão que acaricia, esbofeteia. O beijo que sela uma amizade, também entrega o companheiro. Num dia oferecemos flores, no outro descarregamos as armas. Por isso o existir exige leis, normas, saberes, educação. Bussolas que orientem o existi.
Educar não é ensinar a ter um bom emprego, uma carreira de sucesso. Educar é ensinar a ser pessoa, deixando amadurecer o equilíbrio, a co-vivência. Não é o número de respostas certas num gabarito que afere a qualidade da educação. Sãos as escolhas que um faz, se tal escolha não o reduz e o encerra em si mesmo, em seus interesses, mas o abre e o direciona à presença dos outros. Somos pessoas se os que nos rodeiam se humanizam e nos humanizam co-responsivamente. Quando o primeiro acolhimento, a primeira mirada, deixa de ser eu-tu e torna-se nós, um Nós estendido a todos os homens e mulheres, a Educação se efetiva.
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