domingo, dezembro 30, 2018
sexta-feira, outubro 26, 2018
TEM UM CRISTO QUE NÃO ME ABANDONA
JUSSARA
quarta-feira, outubro 24, 2018
REFLEXÕES ÍNTIMAS
domingo, outubro 14, 2018
NÃO ERA ISSO QUE EU ESPERAVA
sexta-feira, outubro 12, 2018
A CORDA ARREBENTA SEMPRE DO MESMO LADO
quinta-feira, outubro 11, 2018
A NOITE AVANÇA
domingo, outubro 07, 2018
MANTRA
sexta-feira, outubro 05, 2018
O VOTO DO MARQUINHO
sábado, setembro 22, 2018
UMA CONVERSA COM A FACA
quinta-feira, setembro 20, 2018
DILMA DE MAGDALA E UM CERTO BOÇAL
sábado, setembro 15, 2018
A SENHORINHA DA CPTM
quinta-feira, setembro 13, 2018
Arenga Setembrina II
quarta-feira, setembro 12, 2018
Vladimir Herzog
Por
esses dias acompanhei minha esposa numa viagem a Carrancas, Minas Gerais,
próximo de Lavras. Ficamos hospedados na Fazenda Correia, onde se deu um curso
de Cultura Colaborativa, através da aromaterapia e destilação de óleo
essencial. Não sendo participante do curso, tive liberdade para fotografar o
entorno da fazenda, que devo dizer é encantador. Dediquei-me a fotografar
pássaros e flores locais. E foi nesse exercício ocioso que encontrei Yan Liu, personagem
de um antigo reino oriental. Embrenhado no meio da mata alcancei um corredeira d’água
formando entre rochas um pequeno e agradável lago. Observava, então, alguns
cavalos que ali se banhavam e matavam a sede. E em um nicho de copaíbas e ipês
um pássaro chamou-me a atenção. Se me perguntarem não saberia especificar a
espécie, mas diferenciava-se dos pássaros locais. E por mais que o tentasse
fotografar, ele escapava às lentes de minha objetiva. Abandonei-o e dediquei-me
ao som das águas correndo entre as pedras. “Perdoe-me, mas eu sou avesso a
fotografias!” Num sobressalto, olhei ao redor e não vi mais ninguém, eu era só
ali. “Aqui!” Olhei então para o alto, e misturado à folhagem avermelhada da
copaíba o majestoso pássaro se me apresentava. “Sou Yan Liu! Sobressaltei-me!
Continuando, após eu me recompor, disse-me ele , “sou de um antigo império
oriental, que remonta em tempos à grande dinastia Liao.” Não fosse o clima
ameno, e ter apenas feito a refeição, diria estar delirando de sol ou fome: um
pássaro conversava comigo. “Além de majestoso, você é também milenar!” Observei-lhe
entre encanto, assombro e estranhamento. Então, disse-lhe de mim, de minhas
atividades e o motivo de eu estar ali. Então ele contou-me de sua sina... “Eu
era conselheiro do jovem imperador Taizu, da mítica Tianjin, no Rio Hai... Uma
sublevação formou-se contra o império. E o imperador, uma vez debelado o motim,
ordenou que se identificassem e executassem todos os envolvidos. No processo,
eu fui envolvido indevidamente, por malicia de um desafeto que conduzia as
investigações. Havia entre nós uma disputa pelo respeito de Xia Bing Ging, e
para tirar-me da jogada, como vocês dizem, esse meu desafeto me arrolou como um
dos lideres da revolta, e sendo eu declarado inimigo do império, fui condenado
à morte.” “E agora você é um pássaro, nos cafundós de Minas, conversando com um
alienado!”, comentei confuso. “Quando
recebemos uma dádiva, devemos aceitar também suas agruras”, disse-me o pássaro
com certa ironia e lamento. “Ocorreu que”, continuou Yan Liu, “passado algum
tempo a verdade veio à luz do dia e chegou aos ouvidos do jovem imperador Taizu
o real motivo de minha execução. Taizu, então, ordenou que se prendesse e
castigasse meu desafeto, depois convocou o conselho imperial e colocou seu
comando à disposição, renunciando ao trono imperial com o seguinte discurso:
“Se entre mil homens desonestos, um homem honesto é castigado, a desonestidade
não foi combatida, ampliou-se. Se entre mil homicidas, um inocente é condenado
à morte, os homicídios não foram combatidos, ampliaram-se. Basta, portanto, que
um só inocente padeça, entre mil homens injustos, para que a injustiça impere.
Em qualquer regime, para que esse regime se torne desumano, cruel, e seu
governante um tirano. Basta uma ação arbitraria, para que o mal que se combate vença
a batalha. Eu não quero entrar para a história com o sangue de um inocente
sobre minhas mãos...”, e retirou-se para um monte isolado, onde viveu até seus
últimos anos, oferecendo sacrifícios ao Grande Dragão Celestial, em honra a meu
espírito. Daí meu espírito atravessar os tempos, enquanto tiranias forem
possíveis...”. Contando a meus filhos este delírio, o mais novo observou,
“parece a história que a professora nos contou outro dia, o nome do personagem
era Vladimir Herzog”.
quinta-feira, setembro 06, 2018
POR QUE LULA, MESMO PRESO, VENCERIA AS ELEIÇÕES?
Vou dar minha estapafúrdia opinião: Embora a JUSTIÇA seja um valor desejado por todos, nas democracias a POLÍTICA ordena e indica o papel do judiciário, que deveria estar subordinado às leis. Numa democracia, não são os juízes quem formulam as leis, são os parlamentos, o espaço do embate político. No Brasil, promotores e juízes têm procurado subverter esta relação e pretendem eles dizer como a política deve ser, querem subordinar o político não às leis, mas às suas convicções. O fato é que meteram os pés pela mão, procuraram um caso exemplar (Lula), criaram um mito. Por quê? Porque criaram fatos políticos e não provas substanciais que sustentassem suas teses: “estamos condenando o maior criminoso do Brasil, o Corrupto dos corruptos, o sujeito que dilapidou nosso país e levou a bancarrota a Petrobras”. Exemplificando, anunciaram que o sujeito roubou um “Nike VaporMax”, mas o condenaram por um chinela de dedo, que não conseguiram provar estar com ele ("ato de ofício indeterminado", coisa que, por mais que expliquem, nós leigos não entendemos). Em torno do sujeito montaram um circo, fizeram prisões espetaculares, pronunciamentos para a imprensa com frases de impacto, Powerpoint mirabolante, Filme com atores globais "A Lei é pra todos", quando sabemos que não, transmitiram o julgamento muna linguagem incompreensível e modorrenta. Devido a tudo isso, nossos juízes e a imprensa que os sustentam neste circo não conseguem convencer as pessoas, mesmo as que festejam a prisão do dito cujo, de que o seu julgamento correu com a devida "normalidade e correta instrução jurídica". A justiça, querendo fazer política, tem feito merda (desculpe a expressão). Como temos milhões de injustiçados, de N matizes de injustiça, neste Triste Trópico, o sujeito que era para ser exemplo, tornou-se mito. E mito produz paixões irracionais, vide o outro mito...
quarta-feira, setembro 05, 2018
ORDINARIUS IUSTITIA
sábado, setembro 01, 2018
NÃO DESISTA
A Política e o Togado
quinta-feira, agosto 30, 2018
ARENGA SETEMBRINA
sábado, agosto 25, 2018
MÁSCARA
O que segue é uma adaptação livre de entrevista de Duccio Barlucchi, ator, autor e diretor de teatro, escultor de máscaras, estudioso e pesquisador sobre o tema da criação e uso da máscara teatral contemporânea, em Le Maschere Teatrali come strumento formativo efficace (1) .
A máscara acompanha a jornada humana desde os primórdios do tempo; foi uma das primeiras formas de o ser humano relacionar-se com o sagrado do mundo, isto é, com as forças naturais e espirituais percebidas, mas não representáveis ou formalmente identificáveis, e estabelecer comunicação direta com elas.
Enquanto a pintura e a escultura sempre foram usadas para representar o irrepresentável e os símbolos de culto, através da máscara o ser humano criou um instrumento particular, cuja característica fundamental é ter olhos vazios, para receber o olhar humano, e atuar na fusão entre as duas energias, a do poder representado nos mistérios que envolvem a Terra, o plantio e a colheita, a fúria dos ventos e da chuva, a saúde, a doença, as fases da vida, e do poder humano, empossado no usuário, seja ele xamã ou ator.
Neste sentido, seja no palco, que em rituais religiosos ou no carnaval, a máscara representa o elemento "transgressivo", que coloca aquele que a usa além das convenções normais e diárias, e permite uma vasta gama de possibilidades, isto é, permite que se trabalhe com grande eficácia características físicas, emocionais, psicológicas e relacionais, ajudando a descobrir e refinar vários modos de expressão e comportamento, e diferentes estilos de comunicação.
A máscara para cumprir sua função, precisa contar com a postura e presença física de quem a usa. Sua expressão, sem o olhar humano que a anime, e sem um corpo presente para dar a fisicalidade adequada, permanece vazia, e a máscara um mero objeto.
1- https://www.teatroimpresa.it/admin/dati/336_Intervista%20Duccio%20Barlucchi%20-%20Maschere.pdf