domingo, agosto 12, 2018

PROPOSIÇÕES POLÍTICAS




Em qualquer disputa eleitoral, seja para o grêmio da escola, seja para sindico do condomínio, seja para representante da turma na comissão de formatura, o sujeito não é candidato de si mesmo. Ele representa determinados interesses de um determinado coletivo. A representação política é representação de um coletivo e de suas concepções de governo. Um candidato não fala de si, nem por si, ele fala em nome de um grupo que o indica e que sustenta sua campanha. Ele não precisa entender de coisa alguma: economia, saúde, educação, segurança etc., ele precisa encarnar concepções de como governar e para quem governar, concepções respaldadas por quem o indica e sustenta sua campanha. Então me interessa pouco o que o sujeito, enquanto indivíduo, pensa sobre economia, saúde, educação. Interessa-me, mais, saber quem apoia e sustenta sua campanha. Por exemplo, o sujeito fala: “vamos investir em saúde”, interessa-me saber se ao lado dele está representantes da saúde popular, ou a Amil.  Se um candidato declara: “Vamos priorizar a Educação”, interessa-me saber o que os educadores pensam dele, o que as empresas de educação pensam dele. Se o candidato diz: “Vou rever a taxa de juros”, eu quero saber se há bancos investindo em sua campanha. Então, não me importa se, num debate, o candidato fala uma idiotice qualquer, me interessa saber quem o indicou e quem sustenta sua presença ali, no espaço de debate e respalda sua fala idiota. Eu não voto num sujeito, eu voto numa concepção de mundo, de ser humano, de governo, de política. E digo logo que estou mais à esquerda...

Nenhum comentário:

Postar um comentário