Em
qualquer disputa eleitoral, seja para o grêmio da escola, seja para sindico do
condomínio, seja para representante da turma na comissão de formatura, o
sujeito não é candidato de si mesmo. Ele representa determinados interesses de
um determinado coletivo. A representação política é representação de um
coletivo e de suas concepções de governo. Um candidato não fala de si, nem por
si, ele fala em nome de um grupo que o indica e que sustenta sua campanha. Ele
não precisa entender de coisa alguma: economia, saúde, educação, segurança etc.,
ele precisa encarnar concepções de como governar e para quem governar,
concepções respaldadas por quem o indica e sustenta sua campanha. Então me
interessa pouco o que o sujeito, enquanto indivíduo, pensa sobre economia, saúde,
educação. Interessa-me, mais, saber quem apoia e sustenta sua campanha. Por
exemplo, o sujeito fala: “vamos investir em saúde”, interessa-me saber se ao
lado dele está representantes da saúde popular, ou a Amil. Se um candidato declara: “Vamos priorizar a
Educação”, interessa-me saber o que os educadores pensam dele, o que as
empresas de educação pensam dele. Se o candidato diz: “Vou rever a taxa de juros”,
eu quero saber se há bancos investindo em sua campanha. Então, não me importa
se, num debate, o candidato fala uma idiotice qualquer, me interessa saber quem
o indicou e quem sustenta sua presença ali, no espaço de debate e respalda sua
fala idiota. Eu não voto num sujeito, eu voto numa concepção de mundo, de ser
humano, de governo, de política. E digo logo que estou mais à esquerda...
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