Na noite de 19 de maio de 2000, Robson Takeuty deixou a namorada na porta de casa e dirigindo-se a seu carro, foi abordado por dois homens. Baleado, Robson encerrou seu existir nos braços desesperados de Núbia, a namorada. Passados alguns meses dois homens foram presos. Na véspera do Natal de 2003, um deles, em indulto de Natal, envolveu-se num tiroteio com policiais e foi baleado. Caso incomum, nestas situações, o individuo chegou entre a vida e a morte no Hospital Regional. Coube à Dra Anabheli Agnus Takeuty, conduzir a cirurgia que impediu o passar de Salvador de Souza. No dia seguinte se podia ler no Comarca: Mãe do jovem Takeuty salva vida de seu algoz. Lendo a matéria, encontramos a fala da Dra Takeuty, quando questionada: “não veio-lhe em mente fazer justiça?” A Dra Takeuty, com discrição, segundo o Comarca, respondeu que, como mãe sofria a perda abrupta e violenta do filho, e esperava ver os responsáveis por tal perda responderem por seus crime; que tinha cumprido um juramento e não podia faltar com ele: “ela era médica, cirurgião, não justiceira”; que, quanto aos homens presos pela morte do filho, haviam muitos indícios mas quase todos inconsistentes, não se podia afirmar, de fato, serem eles os algozes do filho; por fim, ela só veio a saber da relação de Salvador de Souza com o caso do filho durante a entrevista, porque o repórter, para questiona-la, a informou. “A senhora, quando no hospital, deixa de ser mãe? Concluiu o reporte. A Dra Anabheli Agnus Takeuty sorriu lhe desanimada. “As circunstâncias em que perdi meu filho abalaram minhas convicções, não as suplantaram porém. Sendo mãe, sendo médica, sendo mulher, sendo o que você quiser que eu seja, não me permito, de forma alguma, igualar-me ao que condeno: justiça não pode ser o que desejo, mas o que mantém uma sociedade sã no alcance de suas melhores expectativas.” Em Pau D’Alho as pessoas ainda se recordam do fato e da manchete do Comarca. Eu sempre fiquei com a pergunta: É sã uma sociedade com um Comarca?
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