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Ana pé de cana
João pé de feijão
José pé de café
Joana pé de banana
Antonio pede matrimônio
Não! Não vale, não vale! Matrimônio não vale
Vale sim, claro que vale tá na música!
Que música?
Aquela assim oh:
“eu pedi numa oração
ao querido são João
que me desse um matrimônio
são João disse que não!
são João disse que não!
Pede lá pra santo Antônio!”
Mas nós não estamos brincando assim! Nós
estamos brincando de rimar nome com pé de planta. Matrimônio não é planta.
É sim!
É não!
É sim!
Não é não!
Não é não? Não é não? Então porque quando Tio
Tião e Maria Rita se casaram o padre disse: “que este matrimônio, abençoado
por Deus, floresça e dê bons frutos para a glória do Senhor?”
É modo de falar seu bobo! É modo de falar!
Vamos brincar de outra coisa... De quem
disse?!
Como?
De quem disse?
Quem disse o que?
A brincadeira Antônio, a brincadeira é “quem
disse?” Por exemplo: Eureka!”
Eu, o que?
Eureka, Antônio. Eureka! Quem disse:
“Eureka!”
Você disse uai, acabou de dizer!
Não, bobo! Que personagem histórico disse:
“Eureka!”
Sei não, quem foi?
Foi Arquimedes de Siracusa, um matemático
grego.
Conheço não! É da Grécia é?
Não Antônio, é um matemático Grego de Roma.
Então é romeiro?
Romeiro? Que romeiro, Antônio. É romano que
diz!
Não sei também não!
Não sabe o que Antônio?
Quem disse isso ai: “romano”
Não, Antônio, ninguém disse “romano, não. Eu
estou te explicando que quem mora em Roma não é romeiro não, é romano.
Sei, entendi: romeiro é que vai em Aparecida,
não é?
É Antônio, é! Mas vamos brincar: “Independência
ou morte!”
É melhor não!
É melhor não o que Antônio?
É melhor não brincar disso não, do jeito que
sou azarado, vai que cai morte.
Que morte Antônio, não vai cair morte alguma!
Ninguém morre, não?
Não Antônio, ninguém morre!
E como é que brinca?
Como é que brinca? Brinca do que Antônio?
Disso ai: Convalencência ou morte!
É convalescença, Antônio
Então, como é que brinca?
Antônio, assim não dá! Desisto! Vou pra
dentro, ajudar mãinha!
Vai não! Vamos brincar?
Vamos! De que?
De Tio Tião e Maria Rita. Eu Sou tio Tião,
você Maria Rita.
Então tá, você começa.
Rita, minha cabocla, vem cá com seu nego,
vem. Vem buliçar, vem. Vamo fazer bobiça, vamo!
Tião, meu, fii, tome tento homem. Inda é cedo, olha as
crianças. Corre ali na venda de seu João, corre... Compra uns trem pra gente
lanchar. Vamo deixar isso pra noitinha...
Margarida!
Diz Antônio!
Que é fazer bobiça?
Sei não, Antônio. Sei não!
Eu quero fazer bobiça com você!
Mas, Antônio, o que você está dizendo? Você
nem sabe o que é fazer bobiça?
Eu sei sim, já vi Tio Tião e Maria Rita fazendo!
Menino, olha o que você está dizendo, se vóinha te escuta, te pela.
É assim: a gente senta lá dibaixo da mangueira,
fica olhando pras estrelas prozeando sobre nome de filhos e, então, eu seguro a
sua mão e você segura a minha. Depois eu pego o violão e você me sorri e canta
uma canção. Eu sorrio para você e canto também. Vamo brincar de fazer bobiça,
vamo?
Mas você não sabe tocar violão, Antônio!
Não é hoje não, sua boba, é quando nós
crescermos!
Mas e agora, Antônio, do que nós brincamos.
De pique esconde. Eu conto!