segunda-feira, dezembro 14, 2020

BOBIÇA

[...]

Ana pé de cana

João pé de feijão

José pé de café

Joana pé de banana

Antonio pede matrimônio

Não! Não vale, não vale! Matrimônio não vale

Vale sim, claro que vale tá na música!

Que música?

Aquela assim oh:

“eu pedi numa oração

ao querido são João

que me desse um matrimônio

são João disse que não!

são João disse que não!

Pede lá pra santo Antônio!”

Mas nós não estamos brincando assim! Nós estamos brincando de rimar nome com pé de planta. Matrimônio não é planta.

É sim!

É não!

É sim!

Não é não!

Não é não? Não é não? Então porque quando Tio Tião e Maria Rita se casaram o padre disse: “que este matrimônio, abençoado por Deus, floresça e dê bons frutos para a glória do Senhor?”

É modo de falar seu bobo! É modo de falar! Vamos brincar de outra coisa...  De quem disse?!

Como?

De quem disse?

Quem disse o que?

A brincadeira Antônio, a brincadeira é “quem disse?” Por exemplo: Eureka!”

Eu, o que?

Eureka, Antônio. Eureka! Quem disse: “Eureka!”

Você disse uai, acabou de dizer!

Não, bobo! Que personagem histórico disse: “Eureka!”

Sei não, quem foi?

Foi Arquimedes de Siracusa, um matemático grego.

Conheço não! É da Grécia é?

Não Antônio, é um matemático Grego de Roma.

Então é romeiro?

Romeiro? Que romeiro, Antônio. É romano que diz!

Não sei também não!

Não sabe o que Antônio?

Quem disse isso ai: “romano”

Não, Antônio, ninguém disse “romano, não. Eu estou te explicando que quem mora em Roma não é romeiro não, é romano.

Sei, entendi: romeiro é que vai em Aparecida, não é?

É Antônio, é! Mas vamos brincar: “Independência ou morte!”

É melhor não!

É melhor não o que Antônio?

É melhor não brincar disso não, do jeito que sou azarado, vai que cai morte.

Que morte Antônio, não vai cair morte alguma!

Ninguém morre, não?

Não Antônio, ninguém morre!

E como é que brinca?

Como é que brinca? Brinca do que Antônio?

Disso ai: Convalencência ou morte!

É convalescença, Antônio

Então, como é que brinca?

Antônio, assim não dá! Desisto! Vou pra dentro, ajudar mãinha!

Vai não! Vamos brincar?

Vamos! De que?

De Tio Tião e Maria Rita. Eu Sou tio Tião, você Maria Rita.

Então tá, você começa.

Rita, minha cabocla, vem cá com seu nego, vem. Vem buliçar, vem. Vamo fazer bobiça, vamo!

Tião, meu, fii, tome tento homem. Inda é cedo, olha as crianças. Corre ali na venda de seu João, corre... Compra uns trem pra gente lanchar. Vamo deixar isso pra noitinha... 

Margarida!

Diz Antônio!

Que é fazer bobiça?

Sei não, Antônio. Sei não!

Eu quero fazer bobiça com você!

Mas, Antônio, o que você está dizendo? Você nem sabe o que é fazer bobiça?

Eu sei sim, já vi Tio Tião e Maria Rita fazendo!

Menino, olha o que você está dizendo, se vóinha te escuta, te pela.

É assim: a gente senta lá dibaixo da mangueira, fica olhando pras estrelas prozeando sobre nome de filhos e, então, eu seguro a sua mão e você segura a minha. Depois eu pego o violão e você me sorri e canta uma canção. Eu sorrio para você e canto também. Vamo brincar de fazer bobiça, vamo?

Mas você não sabe tocar violão, Antônio!

Não é hoje não, sua boba, é quando nós crescermos!

Mas e agora, Antônio, do que nós brincamos.

De pique esconde. Eu conto!

 

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