Há falas que revelam o quanto somos indignos de ter direito de fala, mesmo numa posição privilegiada. (Rodner Lúcio)
Enquanto indivíduos nos vêm muitas coisas à mente. Sentimentos se misturam a sensações e emoções. É inevitável, portanto, aflorar-nos ideias grotescas, bárbaras, absurdas. Tenho pensamentos de fazer o tinhoso parecer um anjinho romântico. Mas é cá, comigo mesmo. Passando a ser social (cidadão para alguns), tenho responsabilidade por minha fala, não me permito falar tudo que me vem à mente, pois nem tudo que me vem à mente é pensamento. Há em nossas mentes ideias que parecem serem produzidas no intestino. E dizer o que vem à mente pode ser constrangedor, quando não, incriminador. As pessoas, se as respeito, se as quero bem, merecem de mim inteligência, conhecimento, honestidade intelectual, bom senso, mesmo se digo algo por pura graça. Por isso que se deve pensar antes de falar. É o pensar um direito. E todos tem o direito de pensar e falar o que pensa. No entanto, insisto, falar o que pensa não é falar o que vem à mente; falar o que vem à mente é desastroso, quando não criminoso. Falar é se expor. Quem pensa, pensa sua responsabilidade, sabe que se diz em sua fala. De mim para mim mesmo posso falar o que bem quiser, até coisas indigestas. Enquanto cidadão o meu direito não é o de falar o que eu bem quero, o meu direito é o de falar o que eu penso. E pensar me faz, por vezes, guardar silêncio. Nem tudo que penso merece ser falado. Pensar é um exercício, falar o que pensa uma responsabilidade.
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