Já
Aristóteles dizia que o ser humano é o único entre os animais que tem o dom da
fala. É de Aristóteles também a compreensão de que “todos os homens têm, por
natureza, desejo de conhecer”. Assim, a pessoa humana não é apenas um ser
falante, é um ser de conhecimento, um ser que busca conhecer. É conhecendo que homens e mulheres encontram
possibilidades de humanidade. “Quando não contente em ser apenas um animal que
fala, a pessoa procura tornar-se um animal que sabe, ela avança em humanidade.”
(Zózimo de Ítaca). Ao procurar conhecer,
homens e mulheres, nesta procura, encontram as trilhas do humanizar-se. Sua liberdade
consiste em adentrar ou não por essas trilhas. A autonomia é uma aventura àqueles
que não querem apenas falar, a autonomia é uma aventura àqueles que, a falar,
preferem saber. Sem conhecimentos a fala descamba em vociferações, impropérios,
xingamentos. “Quem procura saber pouco fala, quem só procura falar, fala muito e
nada diz” (Rodner Lúcio). E estamos nestes tempos em que todos querem ter lugar
de fala, sem ter conhecimento. “Ousa saber”, dizia Kant àqueles que desejavam
se desprender das amarras de doutrinas e conhecimentos que apequenam nossa
humanidade. Ousar saber é falar menos.
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