sexta-feira, abril 09, 2021

DON GIORGIO GIUNTA

 

 Mãe não mente, e a minha mãe diz que eu só me tornei gente graças a Don Giorgio Giunta. De fato, Don Giorgio foi meu formador e orientador vocacional e espiritual. Com ele aprendi a dimensão do Cristo Divino Mestre. Mestre que ensina com gestos de acolhimento e doação de si.  Don Giorgio dizia-me com frequência: “As boas obras recusam publicidade, as praticamos sem esperar reconhecimento”. Don Giorgio ajudou-me a amadurecer como pessoa, investiu tempo, conhecimento, paciência, generosidade em um sujeito como eu. Quando eu estava para deixar a vida religiosa, numa conversa franca disse-me: “A tua vocação, antes de tudo, é encontrar o sentido de seu ser, o sentido de sua existência. Eu penso que seja como sacerdote. Mas é você que se deve colocar esta possibilidade. O sentido de sua vocação é sua realização. Não há maior desserviço a Deus e a ti mesmo que um sacerdócio insatisfeito.” Hoje Don Giorgio nos deixa. Entre nós foi de uma grandeza que não se mede em palavras. Hannah Arendt diz que temos dois nascimento, o natural e o de nossa inserção em nossa comunidade, em nossa cultura. Com Don Giorgio eu nasci para uma cultura que reconhece nossas limitações, mas que se propõe a não ser reduzir a elas. Com Don Giorgio aprendi a tolerar, a acolher, a partilhar. Não sei não lhe ser grato.

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