Mãe
não mente, e a minha mãe diz que eu só me tornei gente graças a Don Giorgio
Giunta. De fato, Don Giorgio foi meu formador e orientador vocacional e
espiritual. Com ele aprendi a dimensão do Cristo Divino Mestre. Mestre que
ensina com gestos de acolhimento e doação de si. Don Giorgio dizia-me com frequência: “As boas
obras recusam publicidade, as praticamos sem esperar reconhecimento”. Don
Giorgio ajudou-me a amadurecer como pessoa, investiu tempo, conhecimento, paciência,
generosidade em um sujeito como eu. Quando eu estava para deixar a vida
religiosa, numa conversa franca disse-me: “A tua vocação, antes de tudo, é
encontrar o sentido de seu ser, o sentido de sua existência. Eu penso que seja
como sacerdote. Mas é você que se deve colocar esta possibilidade. O sentido de
sua vocação é sua realização. Não há maior desserviço a Deus e a ti mesmo que
um sacerdócio insatisfeito.” Hoje Don Giorgio nos deixa. Entre nós foi de uma
grandeza que não se mede em palavras. Hannah Arendt diz que temos dois
nascimento, o natural e o de nossa inserção em nossa comunidade, em nossa
cultura. Com Don Giorgio eu nasci para uma cultura que reconhece nossas limitações,
mas que se propõe a não ser reduzir a elas. Com Don Giorgio aprendi a tolerar,
a acolher, a partilhar. Não sei não lhe ser grato.
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