quarta-feira, julho 06, 2016

SOLIDÃO


Quem encontra prazer na solidão, ou é fera selvagem ou é Deus. Aristóteles

A qualquer lugar que se vá, é bom que se vá sabendo onde se está indo, o que se espera encontrar. Principalmente quando se vai em busca de algo ou alguém. Talvez não encontre o que deseja, ou quem deseja, mas não se sentirá perdido, desanimado e, quem sabe, acabe por encontrar sentido no inesperado.
Sair a esmo, sem finalidade, sem saber o que se quer, sem estar em busca de nada: uma simples aventura que seja, é uma caminhada infrutífera, geralmente, deprimente. Por isso, antes de uma viagem a si mesmo, se pergunte: “Eu quero mesmo me encontrar? O que espero deste encontro?”
Esta história de que a solidão é um bom lugar para se estar só é verdade se lá estiver o que buscamos, caso contrário, a solidão é apenas uma janela aberta nos convidando para um salto, um delírio ébrio ou alucinógeno ao qual nos apegamos na crença de nos ter achado, um vazio imenso porque nunca nos construímos uma identidade...

Ir em busca de si mesmo sem um guia é como entrar numa floresta densa sem mapas, e a solidão uma clareira. Mas se nos falta recursos, uma clareira é o lugar em que estamos mais ameaçados... A solidão é confortável e esclarecedora apenas para quem sabe o porque nela se encontra. Sair em busca de si sem saber de si é como caminhar à forca. A solidão: um patíbulo.

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