Uma criança é violentada pelo pai. Para que fique em silêncio, ela é ameaçada: “Você não quer o mal da mamãe, quer?” Uma professora percebe mudança no comportamento da criança, procura saber o que está acontecendo e com habilidade consegue ouvir da criança da violência e da ameaça paterna. A professora leva o caso às instâncias de investigação. Colhido elementos probatórios do crime paterno o pai foi indiciado. Diante do volume dos elementos que incriminavam o pai, seus defensores procuraram responsabilizar a criança e desqualificar a professora. Para eles, a existência do crime era inegável, mas, da forma como fora denunciado, o crime deixava de existir e não se deveria imputar o réu: o seu gesto de amor e proteção teria sido mal interpretado pela criança – pois, de entre dez filhas, apenas ela acusa o pai –, pela professora, pelas instâncias investigativas. “Se criara uma narrativa”, defendia a defesa do pai abusador. Esta é a tese da base governista, principalmente do senador Marcos Rogério, na CPI da COVID-19. O desenho que fazemos precisa ser trágico para que se perceba a gravidade do trato que se deu, por parte do governo e da Prevent Senior, ao combate a pandemia nesta republiqueta de bananas. É de nausear-nos o esforço que os aliados do genocida empregam para desresponsabilizá-lo do caos econômico-político em que estamos mergulhados, e, sobretudo, das quase 600mil mortes por COVID-19 entre nós.
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