“Havemos todos de morrer, chegada a sua hora. No entanto, não me compete decidir quem há de morrer agora. Meu esforço é para que todos, todos e não apenas alguns, atravessem mais esta jornada. Eu não decido quem morre, eu me empenho para que todos alcancem uma nova aurora”. (Soberano)
Tia
inventava histórias. Acendia fogueira, estourava pipoca e contava-nos histórias.
Suas histórias tinha sempre a mesma moral: toda vida importa. É pensando em tia
que não tinha riqueza, não tinha estudos, mas tinha humanidade, que escrevo aos
bárbaros.
Da
criança que apenas nasce ao homem, à mulher, à idade centenária, da pessoa que
habita a sarjeta, dos que estão no cárcere, aos senhores em seus palácios, não
existe pessoas insignificantes: toda vida vale.
Na
caminhada, havemos de perder muitas flores. No entanto, não devemos nos
abandonar à fatalidade. Do outro lado da margem, não sabemos o que será, mas
devemos chegar com todos: toda vida vale.
Não
nos cabe escolher quem deixar pelo caminho nessa travessia incerta. O amanhã ou
será um dia de todos, também dos que não chegarem, ou será vergonhoso.
Aproveitemos
a oportunidade que nos alcança para irmos pensando uma nova maneira de vivermos
uns com os outros.
“O
século XVIII foi o século da filosofia triunfante, o XIX o da industria
triunfante, o XX o da economia triunfante. Desde agora, deve-se escolher o que
será o século XXI: o da barbárie triunfante ou o da condição humana triunfante”
( Albert Jacquard).
A
humanidade só é possível onde toda vida vale, onde não existem pessoas
insignificantes.
Soberano
era rei de um mundo imaginário, coisa da cabeça de tia. A moral de suas
histórias era coisa de seu coração. Eu vivo no mundo de tia onde pulsa
humanidade: toda vida vale, mesmo a dos bárbaros.
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