“Eu
vejo o futuro repetir o passado”
Cazuza
O
relógio o despertou às seis horas da manhã. Seis e trinta já se encontrava todo
paramentado. A garoa fina que observava cair não o desanimou. Tomou um copo de
suco verde, um preparo de couve, laranja e mel. Fez alongamento, flexionou o
corpo, esquentou os músculos. Desceu os cinco andares saltitante. Os
companheiros já o esperavam, combinaram o percurso e deram partida. Enquanto
corria, organizava mentalmente a semana. Às oito horas já estava debaixo do
chuveiro. Depois do banho, tomou um café, comeu pão integral com uma fatia de
queijo, comeu uma fruta. Folheou o jornal, deteve-se ao artigo que escrevera. Ficou
contente com a matéria, a edição pouco interviu no conteúdo. O telefone tocou.
Atendeu. Saiu em seguida... Não voltou para o almoço como prometera. Não
apareceu para acompanhar a rodada do brasileirão com os amigos... Seu corpo foi
encontrado na madrugada de segunda feira. Estava nu. Seu artigo tatuava a pele.
No Matinal, no espaço de sua coluna, um artigo sobre a importância do silêncio
para uma vida longa...
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