Os
resultados das urnas me descorçoaram, tinha algum alento, uma breve expectativa
de um outro resultado. Estou tépido. Resolvi pensar e escrever coisas vãs, dar
vazão a coisas fúteis, banais, dedicar-me ao frugal ao erótico, ao sensual da
vida. Abdico de qualquer interesse pela política, pelo justo, pelo direito, por
qualquer coisa que vislumbre o humano no homem. Que viva a barbárie econômica,
o pragmatismo utilitarista, o individualismo, o consumo de si mesmo
acreditando-se consumidor de direitos. Se é fato que “há uma intima relação
entre sexo, amor e morte”, renuncio ao pouco amor, ao pouco interesse que tinha
pela vida. Viver nunca me preencheu, politicamente me declaro morto. Vou
esperar que a prometida noiva, a que nos conduz ao mundo das sombras, venha a
mim com seus lábios frios, e enquanto não se dá nosso laço eterno, serei frugal
e usarei minha língua apenas entre pernas, onde é doce morrer .
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