Em
um ano tal, de um mês qualquer, Jaminto chegou com um novo aprendizado em casa.
O professor havia anunciado o Big Bang: “a grande explosão”. O pai não quis
ouvir “tamanha insidia”, silenciou Jaminto seco, severo: “lavo-te a boca com
sabão”, em seguida, ponderou: “Deus todo poderoso tudo criou. A Sagrada
Escritura não mente!” No dia seguinte, Jaminto chegou à escola acompanhado do
pai, exigindo o “insidioso”: “Diria poucas e boas a aquele comunista
doutrinador!” O pai procurou, ainda, o
Capitão Hemorgenes, subintendente
de educação e protocolou uma representação contra o professor. O professor,
para defender o seu, passou a tratar de símbolos pátrios, datas comemorativas,
personalidades ilustres. Ensinou até receita. Passados os anos escolares,
Jaminto dedicou-se ao estudo desordenado e superficial de teologia e gestão de
pessoas com o fito de assumir o negócio paterno: vender promessas divinas. Com
as novas tecnologias, Jaminto transportou o negócio do pai para a rede. Tornou-se
influenciador digital e coaching espiritual. Em seus canais tem ensinado que se
vacinar é fazer pacto com o tinhoso: “como pelas águas do batismo nos tornamos
filhos de Deus, quem se vacina se torna filho do Belzebu.” A coisa é bizarra?
Não! É preocupante!: para cada Margareth Dalcolmo, encontramos 7 Jaminto.
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