Uma certa manhã, de um tempo distante, mas não muito remoto, entre despertando e ainda dormindo, do quarto de mãe, tomando toda a casa, modesta casa, dois quarto e cozinha, rompia a sonora voz de Elis Regina: “Não quero lhe falar meu grande amor/Das coisas que aprendi nos discos...”, misturando-se ao aroma de café ainda coando... Passado o tempo, a professora explicou-nos: “há perigo na esquina”; “Eles venceram”; “O sinal está fechado pra nós”... Mas foi num finzinho de tarde, enamorando-me de Christine Ramos, vestido florido, flor no cabelo, sorrindo-me, que da velha vitrola de dona Guaraciaba para meu ser, invadiu-me e em mim se estabeleceu este amor que carrega meu pensamento... Amor nos lábios de Christine, cantarolando com Elis: “Olha! Está chovendo na roseira... Que chuva boa prazenteira/ Que vem molhar minha roseira...”. Ouvir Elis, molha de sentido minha existência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário