A turma da terra plana, do racismo
reverso, do vitimismo etc., agora resolveu acusar-nos de propagar o “ódio do
bem”. Eles tomam nossa reação, nossa resistência, nossa indignação e tentam
igualar-nos a eles. Não, não existe “ódio do bem”, a indignação não é passiva e
pode incorrer em excessos, mas não se iguala ao ódio, que é próprio deles. Nossa
reação à dor e ao sofrimento pode até ensejar aos que nos fere a mesma dor e
sofrimento que nos causam. Diante de um filho, um irmão, um pai que morre por “bala
perdida”, na dor da perda, desejar a morte do algoz, não é ódio, é desconsolo.
Diante de quem nos destrata, achincalha e humilha, por sermos quem somos,
serrar os punhos e partir pra cima e descer a porrada, não é ódio, é reação, é impor-se
e se fazer respeitar. Desejar, diante da indiferença à nossa dor e sofrimento,
que o outro também sinta na pele as nossas perdas não é ódio é desolação. Não me
deixo igualar às bestas feras que sustentam o desgoverno e sua ideologia de
morte. Se por algum momento passa por minha cabeça o desejo de que ele termine
antes do tempo (até sugerindo suicídio), acredite: o que eu sinto não é ódio, é
desejo de sair da tormenta.
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