“... Eu crio um mundo de
fantasias para esquecer que estou no mundo. Quando me ocupo do mundo me
preocupo com os sem mundo. Eles querendo um mundo eu desquerendo...”
“[...]
A educação reflete a estrutura de poder. Quem pretende transformar a
mentalidade do povo sem questionar as estruturas de poder, é ser vergano trabalhando em açougue...”
“[...]
Eu me preocupo com o boi tangido; temo
quem o tange. Há boiadeiro, penso, que é mais boi que o boi: tange sem se saber tangido!”
“[...]
Assim nasce Shelmma da Luz que grita: “boiadeiro amigo de fazendeiro é como
professor que defende governo, operário que defende patrão, intelectual que
fala do povo, mas não com o povo, jornalista que segue editor e não convicções.
São mais boi que boi, pensam-se
boiadeiro (detentores de um título, de um lugar para o discurso), sendo
hospedeiros de fazendeiro (querem participar das estruturas de poder), mas o
fazendeiro dá-lhe sempre um tapinha nas costa, faz-lhe qualquer elogio ou
concessão, e, quando entre os seus, ri-se dele, de sua pretensão de “ser um com
nós”. Boiadeiro que não se sabe boiadeiro é pior que o boi que tange e pior que
o patrão.”
“[...]
Todo mundo sonha possuir o mundo. Eu sonho não ser. É esta distância que dá à
luz Shelmma da Luz...”
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