domingo, maio 23, 2021

NOSSO TEMPO

 


 In memória de Aluísio Barbosa Nunes

 

São raras as manhãs de sol

breves manhãs

de alaridos de pássaros

e crianças em algazarra

horas que se esgotam

em segundos

entregues

às flores

e à poesia

Sem que haja tarde

para passeios

e conversas com os amigos

Súbito nos invade a noite

vazia de lua, de estrelas

de beijos lascivos

se estendendo sombria

carregada de suspeitas

e receios de

no dia seguinte

estarmos sós e tristes

As manhã de sol chegam já despedidas

Em noticias frias

 de amigos que partiram

no acumulo de vidas perdidas

Vamos ao leito desejando

não haver outro dia.

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