Meus queridos, minhas queridas, eu não sei fazer outra coisa que escrever. E não faço bem, bem sei. Não sou um exímio escritor, estou bem ciente disto. Escorrego com muita frequência no bom uso da gramática e peco com maior frequência no conteúdo de meus escritos. Sei bem que este espaço não é para textões, que ele se ajusta melhor a memes e imagens legendadas, mas julgo importante escrever, ler e não escrever é como fumar e não tragar, namoro sem intimidade, transa sem gozo... E ler não consiste em apenas folhear livros, revistas ou jornais, ler é observar o mundo, as pessoas, o que ocorre ante nossos sentidos e motiva-nos sensações, emoções, sentimentos, é perceber nossas reações e nossos posicionamentos ante a realidade que nos envolve, é o que Paulo Freire chama de leitura do mundo. É a escrita que torna o mundo - o psíquico, o subjetivo, o intersubjetivo - historizado. As pessoas costumam dizer: as História há de ensinar, a História há de julgar... Sem registro, não há história. No entanto, nem toda escrita garante a história, há escritas que são apagadas com o tempo, de muitas nem se faz caso. E neste espaço, em que textões são relevados, escrever é um exercício inócuo. Mas eu escrevo, e escrevo para ser lido. Tem quem gosta, tem quem não gosta do que escrevo. Fico contente em ambos os casos, quando, por parte dos desgostosos, não há ofensas. Não há motivos, amigos, amigas, de pedirem-me permissão, quando gostam de qualquer coisa minha para compartilha-la, o texto, uma vez publicado não pertence mais ao escritor, o texto é do leitor, foi produzido para ele, é ele quem decide o que fazer com o texto. "O leitor é responsável por aquilo que lê" (Euripides dos Santos). Digo isso porque uma amiga, dia desses, veio pedir-me permissão para compartilhar um meu texto. Não vejo necessidade disso.
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