O engenheiro de uma dada construção combinou com os operários usarem material de qualidade duvidosa a fim de obterem alguma economia. Dizia o engenheiro que não havia riscos e, uma vez terminada a obra, todos seriam elevados ao panteão das honrarias. De fato, à medida que a obra se erguia, louvores se teciam ao engenheiro e aos operários. Mas aqui e ali se ouvia que a obra não estava no prumo, que seus alicerces eram frágeis. Mas engenheiro e operários rebatiam: “é despeito da concorrência!” Terminada a obra, ela encheu a visão dos incautos. Pareceu-lhes um esplendor. O engenheiro, por seu esmero, foi alçado à secretária de obras. Mas não durou muito a ilusão do homem eficiente e probo. Começaram a surgir, aqui e acolá, rachaduras, vazamentos, esfacelamentos. A portentosa obra desabou. “Nossa obra é de uma importância sem tamanho”, tentou escusar-se engenheiro e operários; “ruiu, mas atingimos o propósito: nada está em pé!”. Mas um sábio lhes explica: “quem constrói palácios sobre a areia, acorda sob monturos.” Outro mais sacado foi ao ponto: “fins nobres não se alcançam com meios escusos.” Esta é a lição que tiramos da Lava-Jato.
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