Houve uma final importantíssima entre dois grandes clubes, um clássico
tipo Corinthians x Palmeiras. Jogo duro, pegado, tenso até o último minuto. E,
de fato, aos 45 minutos tudo indicava que o jogo iria para os pênaltis. Era o
último contra-ataque de uma das esquadras, e o centroavante recebeu a bola
limpinha, limpinha, era amaciar a pelota, avançar alguns passos e finalizar. O
tipo atrapalhou-se todo, tropeçou na bola, despencou no
gramado. Para a surpresa, a estupefação de uns e a contrariedade de outros,
o juiz correu para a marca do pênalti. O resultado foi 1X0. Durante dias,
meses, se comentou o caso, se viu e se reviu o lance. Todos estavam de acordo:
não fora pênalti: o jogador estava só no lance, talvez até impedido, seu
tropeço não chegara a ser propriamente dentro da área, fora muito próximo da
linha, mas não propriamente dentro da linha. Para a torcida da equipe
vencedora, na alegria irracional, importou o resultado. Diziam que a torcida
adversária estava era de mimimi. Havia a justificativa confortadora de que a
esquadra que perdera, costumava usar dos mesmos artifícios. O fato é que meses
passados, o juiz da partida assumiu função de conselheiro no time vencedor.
Poucos ousaram questionar a eticidade e a moralidade da situação. Agora,
descobriu-se que, dias antes da partida, o juiz e o tal jogador que se arribou
por terra haviam entabulado uma conversa por telefone em que o juiz orienta o
jogador: “se cair na área é pênalti, já está tudo combinado com os auxiliares
de linha”. Explicado nestes termos, fui obrigado a ser claro com meu
vizinho: “o seu não entendimento da situação não é ignorância não, é
mau-caratismo mesmo!”
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