Eu não quero escrever sobre 2394 mortes em um dia. Não quero falar de vidas próximas, vidas intimas que cruzaram o meu existir.
O mundo
me exaspera, me angustia. Assoma-me uma impotência nauseante. O mundo, a gestão
da pandemia me conturba. O desejo é esvair-me.
Então,
me alieno em ti, nesta tarde de primavera, em que pela fresta da janela vi-te a
te despir. É nesta fresta que me refugio dos horrores que me assombram, do
mundo e seus escombros. É em teu sono vespertino que, eu menino, repouso meu
existir.
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