Toda bala perdida parte da arma
de um policial. E toda bala perdida encontra sempre um inocente. Nessa guerra
em que só inocentes morrem, quem puxa o gatilho dorme tranquilo? Como alguém
que tira a vida de uma criança, mesmo que por “erro” ou “engano”, olha para si
e se explica? Basta responder-se: “estava apenas cumprindo meu dever, foi uma
fatalidade, uma casualidade”? A bala é perdida, mas quem puxa o gatilho, o que
é? Como ele se responde? “Cumpri a ordem de meu comandante!” o faz dormir em
paz ou lhe tira o sono? No corpo caído há sempre um inocente. Mas que tipo de
homem se encontra atrás de uma bala perdida?
Toda bala perdida parte de um assassino, que se esconde atrás de um
comando. Na bala perdida não há erro ou engano, o que ela cumpre é o desejo de
quem puxa o gatilho. O desejo de quem atira, antes ou depois, pouco importa, é
matar. Tirar a vida de outro é sua sede. Toda bala perdida parte de um
assassino, de alguém que sonha em tirar vidas! Toda bala perdida é uma realização
para quem atira!
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