“Marx
escreveu, no “Das Kapital” se nós não destruirmos a família, nós não
conseguiremos mudar a sociedade. Tem que quebrar as referências de família...Isso
tá escrito, documentado”
Tiozinho do Guarda Chuva.
Se
nós brasileiros fossemos sujeitos bem formados, com gosto pela boa leitura e
pelo estudo, algo que não precisa ser sistemático, nem rigoroso como se espera
dos especialistas, mas razoável, que esclarece-nos e torna-nos as coisas mais compreensíveis...
Bom, se nós brasileiros fossemos ao menos razoáveis de entendimento, nós riríamos
da gravidade de certas falas de certos boçais em casaca de ministro disto ou
daquilo, principalmente da Educação. Então quando o sujeito, empolado em títulos
que inventou para sentir-se alguém abrisse a boca para falar de Marx, marxismo,
comunismo e coisas do gênero, riríamos e lhe daríamos as costas. Um pouco de
conhecimento nos informa que Marx, marxismos, comunismos e coisas e tais
mudaram de lugar e pulsam no coração das antiguidades clássicas, aquelas coisas
que visitamos por erudição. Tornaram-se saberes desencantado no reino do
consumo de mercadorias e espetáculos. (Estamos esperando o próximo mega show
para ouvirmos gritos de “Ei, Bolsonaro! Vai tomar no cú!”). Marx, marxismo,
comunismo, fica bem num churrasco ou enquanto se espera o lanche no Mc Donald.
Durante o passeio à feira dominical, em que comemos pastel, ou numa fila para
assistir o último lançamento da Marvel num cinema no Shopping. Uma pessoa com
um conhecimento que não seja apenas para compreender informações de como ir e
vir e receber comandos diretos, saberia que Marx e temas correlatos se trata
sem muita gravidade. Com um pouco de estudo deixaríamos o tiozinho falando
sozinho... O fato, porém de Marx, o marxismo, o comunismo e coisas tais estarem
englobadas pelo mercado não anula a sensibilidade e a percepção de nossa
realidade: as divisões sociais se acentuaram, a renda concentra-se cada vez
mais com cada vez menos pessoas, bolsões de miséria voltam a nos rondar e
estamos no ponto de esgarçar o tecido social. A única coisa que não podemos
intuir, numa caminhada pela Nove de Julho, é o que virá com o rompimento, se
este vier: não será o comunismo ou o socialismo. Um pouco de inteligência nos
informa isto. Ademais, há tiozinhos que nasceram para o
ridículo, mesmo em casaca de ministro.
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