“O prazer é o encontro do apetite com o tempero na medida justa” (Christine Ramos)
Não existe lei do retorno. Existe a lei do ato e do efeito: toda ação produz algo. Este algo corresponde ou não a nosso desejo. O bem corresponde ao que desejamos; o mal ao que não corresponde. O fato é que nosso desejo nunca se encontra no produto de nossas ações. Assim, de ação em ação, vamos tentando corrigir o mal que produzimos. Não existe lei do retorno: tudo é consequência. Não nos enganemos, não é o desejo a origem do mal. Desejamos sempre um bem, mesmo no mal que praticamos. É nossa imperícia: nossas ações estão sempre aquém , quando não na contramão, do bem que desejamos. Quando não exageramos no tempero, dele nos esquecemos. O resultado de nossa imperícia nos envenena, quando queríamos apenas saborear algo exótico. Não é o desejo pelo exótico que nos mata, é não saber em que dose o exótico se manifesta. Não há lei do retorno, só há resultados que não desejamos, buscando realizar o que desejamos. Nos aproximamos do bem que desejando, aprendendo com nossos erros antes de os corrigir. Não basta aceitar que somos humanos e, por isso erramos. Não é o erro que nos define como humanos, é aprender dele o bem que desejamos. A dor e o sofrimento que sentimos, fruto de nossas ações, nos ensinam que tudo o que queríamos era um bem que não atingimos. O que devemos decidir é se de nossos erros vamos tirar um aprendizado antes de seguir em frente ou se vamos seguir em frente acumulando erros sobre erros, produzindo dor sobre dor. O primeiro bem a ser desejado deveria ser o conhecimento: “Uma vida boa é inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento. Nem amor sem conhecimento nem conhecimento sem amor podem produzir uma vida boa.” (Bertrand Russell).
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