Era um dia em que o sol, como jagunço em emboscada, espreitava entre nuvens e um vento moleque bulia as copas das árvores. Pássaros cantavam e saltavam de um galho ao chão do chão a outro galho, escondendo-se entre as folhagens. Sem pressa alguma, as águas do riacho escorriam como uma serpente entre as pedras. Pousastes os pés às águas do riacho, leve arrepio informou-te o frescor das águas. Aos poucos tolheu o vestido, posando-o à relva, junto dele o sutiã e a calcinha. O corpo nu, vivaz, sedutor, misturou-te às águas do riacho. Era mútuo o deleite: teu nas águas brincando; das águas, que suspenderam sua marcha preguiçosa, brincando em ti. Após um bom período de banho, desagradando às águas, deixaste-as estendendo teu corpo à chapada rochosa. O sol, que titubeava, nem indo nem vindo, no vir, notou tuas formas. Súbito, dispensou as nuvens, aqueceu-se e como amante terno pousou sobre ti seus raios, beliscando-te a pele, beijando teu corpo dengando-se sob seus raios. Também o vento, abandonando o jogo entre as copas das árvores, contemplando-te, vinha secar-te os cabelos e doar-te delicado frescor. Os pássaros já não salteavam de um canto a outro tal crianças, mas em coro, feitos Don Juan, cantavam a ti e atraiam-te a atenção... Não foi assim que me narraste teu passeio à Diamantina. Sou eu que me permito, enquanto se deleitas em mim e eu em ti, matando em nós a saudade, criar tal epifania que se realizada neste agora de nossas vidas...
OBS.: Apenas lembrando: Nossas mulheres não são mercadoria à disposição do turismo sexual. São nossas mães, nossas irmãs, esposas e filhas...
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