“A
vida é como ela é”
Antes
de começar este texto, devo confessar que meu desejo é chorar.
A vida
não pode ser isto, e não é. A vida deveria ser
desafio a quem nela chega. Desafio de produzir algo próprio, original,
único. Algo capaz de evidenciar a
grandeza que pode ter o ser humano. Não, a vida não é como ela é. A vida é o
que fazemos dela, o como a colocamos em prática em nossas práticas. A vida é
como um barro a espera de um artesão que há de moldá-la. Não é possível que a
vida seja esta monstruosidade que ceifa a golpes de machado quem está ainda aprendendo dar os passos,
articular as palavras, reconhecer os laços de afeto que há de carregar consigo
no desafio que é moldar-se, dar-se um sentido. A vida é! O como, a forma que
assume, somos nós que lhe empregamos.
Não é possível que vamos continuar esta trilha de monstruosidades que
estamos tecendo em nossa vida, quando podemos produzir humanidade. Não é
possível aceitar esta ferida rasgando-nos na alma, roubando-nos o desejo de
vida. Eu não quero viver em um mundo que ante nossa monstruosidade nos
responde: “é a vida!” Eu só não queria ter acordado hoje! Eu me recuso a viver
em um mundo que se conforma à barbárie. Amanhã, talvez, eu não seja!
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