Estela
é um monumento monolítico feito em pedra em que os antigos faziam inscrições de caráter
sepulcral. Em um monumento destes, datado entre 1210 e 1205 encontra-se registrado as conquistas
do faraó Merneptá. É um monumento de granito, medindo cerca de 3m de altura por
1, 60m de largura e espessura de 31cm. Nele se relata as vitórias do faraó
contra os povos da região entre os quais os israelitas. A maioria dos povos
citados na estela de Merneptá tem sua existência comprovada em outros registros
históricos e se pode traçar deles um perfil cultural. Uma informação nesta
estela sempre chamou a atenção dos arqueólogos, a citação de uma tribo sem
registros em outros documentos históricos: os Ombo’m’gos. Diz-se na estela que:
“Merneptá deteve os Ombo’m’gos, que “que subiram da Núbia”. Tirada está citação
os Ombo’m’go, inexistem, é um povo fantasma, nada dele se sabe. Melhor, se
sabia. Acaba de vir à luz, leio em uma publicação francesa, o Journal
d’étymographie, um conjunto de cerâmica com traços arqueológicos
significativos. Encontrado em
escavações no Benin, o conjunto é composto de vasos cerâmicos e entalhes em madeira, um dos
vasos é ornado com o desenho de um toro sobre um trono e uma inscrição não
identificável, em um outro vê-se um touro sobre um trono, rodeado por personagens
em oração, em outros vasos figuram girafas, elefantes, antílopes, leões,
bovídeos e símbolos fálicos. Para
o antropólogo Jean Jacques d’ Senna, “as iconografias apontam para uma
divindade venerada sob a forma de um touro” e “uma região verdejante, cheio de
vida animal e humana”. As inscrições encontram-se em duas tabuas de ébano, um
caso único. “Das inscrições” relata, d’ Senna, “ainda não podemos dizer muito. É
uma escrita pré-meroítica que ainda estamos em processo de identificação e
tradução”. Um fato curioso chama a atenção do estudioso, diz ele: “ Mas o que
mais nos chama a atenção é o conjunto cerâmico. É um tipo de cerâmica que
será encontrada na região do Sinai, onde também se encontram muitos locais de
culto a uma divindade sob a forma de um touro. O curioso, no entanto, é que o
conjunto cerâmico que nos vem à luz parece ser mais antigo que a cerâmica do
Sinai.”
“YHW e sua consorte ASH corriam o deserto e os montes como
crianças, e como crianças misturavam suas salivas à terra árida e criava de seus
barros toda espécie de estatuetas: pássaros, gnus, girafas, leões... e bonecos
sem vida. YHW criava seus Yha (machos) e suas Yhe. ASH criava seus Yha e suas
Yhe. E YHW e ASH jogavam com seus Yha e Yhe. E jogavam uns contra os outros, e
jogavam como irmãos uns dos outros, e deitavam uns nos outros. YHW deitava seus
Yha e suas Yhe sobre os Yha e as Yhe de ASH sem critério, e os colocavam em
disputa uns contra outros, ora como irmãs e irmãos, ora como rivais. ASH
deitava seus Yha e suas Yhe sobre os Yha e as Yhe de YHW. E em seus brinquedos,
toda espécie que YHW e ASH modelava para brincar eram barro. Mas, então, as
criações de YHW e ASH, não tinha ainda movimento próprio, não trabalhavam o
campo, não caçavam, não geravam. Caindo a noite, YHW encheu o céu de estrelas
para enfeitar ASH. ASH encheu a taça de YHW. YHW e ASH, deitando um no outro,
tornaram um só e jorraram como rio, e suas águas inundaram seus Yha, suas Yhe e
toda espécie de criação suas. As terras revestiram-se de flores e frutos. Desde
então, Yha e Yhe correm as terras de
aqui e de além de aqui, e trabalham a terra e caçam e geram yhayha e geram yheyhe.
Ora se rivalizam, ora jogam como irmãos, e deitam uns nos outros. Ombo’m’go, é
YHW e ASH correndo o deserto, modelando barro, deitando Yha e Yhe, deitando uns
nos outros, sem critério. YHW e ASH os abençoa a todos”.
Leopoldo é cheio de graça, é bem possível que
tenha sido ele a compor este texto. Maria Izhabel, passado o susto e o
aborrecimento, até gostou do texto de Leopoldo. “Que YHW e ASH, nos abençoe!”,
exclamou-me em um riso trigueiro, beijando-me os lábios. Contemplando as
estrelas, deitamos nossos corpos um no outro.