quinta-feira, janeiro 25, 2018

Laurindha

Couve refogada no alho, torresmo gordo, angu. Arroz, feijão preto, partes de porco, farofa. Vó, mãe, tia. As irmãs e as primas. Os tios pai, dominó. O primo, samba: Baden Powell, Luiz Ayrão, Agepê: Laurindha, o seu perfume, os lábios carmim. O sorriso, a voz, o molejo... “Ah se eu pudesse te abraçar agora/ Poder parar o tempo nessa hora/ Prá nunca mais eu ver você partir...” “Era a felicidade que acenava pra mim...” Nasci errante, sem um norte, sem um porto, um farol que me guie. Tenho apenas esses fragmentos de um desejo não ousado que em mim levo, seja onde eu for. Laurindha é o amor que existe em mim. E se aproveito o sono daquela que me acalanta e escapo é que em outros corpos apenas me consumo... Sou errante, sou sem rumo. E não sou de esquecer os lábios carmim de um amor que jamais ousei e persiste em mim.

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