Laurindha
Couve refogada no
alho, torresmo gordo, angu. Arroz, feijão preto, partes de porco, farofa. Vó,
mãe, tia. As irmãs e as primas. Os tios pai, dominó. O primo, samba: Baden
Powell, Luiz Ayrão, Agepê: Laurindha,
o seu perfume, os lábios carmim. O sorriso, a voz, o molejo... “Ah se eu pudesse te
abraçar agora/ Poder parar o tempo
nessa hora/ Prá nunca mais eu ver
você partir...” “Era a felicidade que acenava
pra mim...” Nasci errante, sem um norte, sem um porto, um farol que me guie. Tenho
apenas esses fragmentos de um desejo não ousado que em mim levo, seja onde eu
for. Laurindha é o amor que existe em mim. E se aproveito o sono daquela que me
acalanta e escapo é que em outros corpos apenas me consumo... Sou errante, sou
sem rumo. E não sou de esquecer os lábios
carmim de um amor que jamais ousei e
persiste em mim.
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