Foi acolá, nas Gerais,
já vizinhando Goiás. Na volta de uma estrada, findando bem em frente uma
encruzilhada. Se tomando o sentido da cidade, antes de se chegar à imagem da Padroeira,
se abria uma capoeira, com um casebre modesto. Em seu terreiro se avistava fogueira,
se ouvia cantoria, algazarra da meninada, um cachorro latia. Em redor da fogueira
um caboclo de nome Festino, tocava viola, acompanhado de Natalino, sofrendo o
pandeiro. Chico do triangulo, veja vocês, era mesmo sanfoneiro. Uma tal de Gervania,
cabocla faceira cantava. Compadre, que vozeirão. Era noite de São João. A certa
altura, assumiu a cantoria um certo Francisco, e a viola, Festino cedeu a um
tal Romão. Gervania bebericou quentão e provou da broa de milho de dona
Quitéria e saiu pra estrada. Festino que a seguia com o olhar, pensou seguir
seus passos, talvez, confessar seu amor, mas titubeava. Foi Chico da Mata,
amigo e confidente, caboclo experiente que o animou: “cumpadre, deixa de
receios, vai ter com tua cabocla, ela se afasta para que te aproximes”. E Festino,
muito sem jeito, foi aventurar-se... “Viva São João!!!”, gritou o festeiro,
soltando fogos, alumiando o céu inteiro. Ao pé da padroeira, Faustino e
Gervania contemplavam o céu aluminado, trocando o primeiro beijo.
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