Não há atos estéreis, toda ação produz novas ações, não simplesmente reações. A palavra é ato. Pensar é ato. Falar o que pensa produz consequências. Antes das reações está o resultado desejado do ato, como o resultado não desejado, ambos é de responsabilidade de quem dá início ao ato. O resultado ignorado de um ato é de responsabilidade de quem o inicia. “Somos responsáveis por nossa ignorância. Ignorar não nos exime de culpa.” A palavra é ato, minha fala, atingindo ou não o objetivo desejado, ignorando ou não seu impacto sobre outros é responsabilidade minha. Não posso negar isenção. Eu sou responsável pelo que falo. Palavras matam. Também o silêncio obsequioso é ato, também o silêncio cúmplice é ato, também o silêncio indignado é ato, também o silêncio covarde é ato. Também por meu silêncio, pelas consequências de tal silêncio, sou responsável. O silenciamento também mata. É preciso saber quando falar, porque falar, como falar, a quem falar. É preciso saber o que silenciar, quando silenciar, porque silenciar. É preciso assumirmos a responsabilidade por nossas falas, por aquilo que calamos. O momento requer responsabilidade, não isenção, o que falamos e o que calamos tem alimentado e motivado os que apenas odeiam. Há atos que só podemos desejar, sem contar com ele, o resultado. O ódio, não, o ódio só produz um resultado, e nós o estamos assistindo avolumar-se.
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