quinta-feira, agosto 12, 2021

MARIA RITA

 Certo sábado, tardezinha

Gazeando pelo bosque

Findei no riachinho

Dando-me com Maria Rita

Tolhendo-se o vestido de chita

 

Entre as folhagens das árvores

Aves gorjeavam festivas

Ansiosas, as águas do riacho

Murmuravam de expectativa

 

Sem alarde e gatuno

Camuflei-me entre arbustos e folhagens

Para contemplar oportuna miragem

 

Seu corpo jambeado

Aos poucos se despindo

O colo, os pequenos seios

Os francos, as pernas

Em tudo bem talhada

Ao sol se mostrava

 

Concentrava os olhos à sua calcinha escarlate

Escorregando por suas pernas

Mas o que eles intentavam,

De entre os negros pentelhos,

A fenda, a flor de Vênus,

Por distante que estavam

Não contemplavam.

 

Maria Rita, então,

Prendendo os negros cabelos

Lá onde as mulheres batem pano

Estirou-se por bom tempo

O sol, o vento

Tudo era contentamento

 

Mas o espanto do assistido estava por vir

A festa em meus olhos era imensa

Meu corpo, extasiado, bulia

O barrote hirto a mão pedia

 

Inocente de meu indecoro

Atendendo aos apelos do riacho

Em suas águas, Maria Rita mergulhou

E, nas águas extasiadas,

Em majestosa cobra se transformou.

 

 

 

 

 

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