Certo sábado, tardezinha
Gazeando pelo bosque
Findei no riachinho
Dando-me com Maria Rita
Tolhendo-se o vestido de chita
Entre as folhagens das árvores
Aves gorjeavam festivas
Ansiosas, as águas do riacho
Murmuravam de expectativa
Sem alarde e gatuno
Camuflei-me entre arbustos e folhagens
Para contemplar oportuna miragem
Seu corpo jambeado
Aos poucos se despindo
O colo, os pequenos seios
Os francos, as pernas
Em tudo bem talhada
Ao sol se mostrava
Concentrava os olhos à sua calcinha escarlate
Escorregando por suas pernas
Mas o que eles intentavam,
De entre os negros pentelhos,
A fenda, a flor de Vênus,
Por distante que estavam
Não contemplavam.
Maria Rita, então,
Prendendo os negros cabelos
Lá onde as mulheres batem pano
Estirou-se por bom tempo
O sol, o vento
Tudo era contentamento
Mas o espanto do assistido estava por vir
A festa em meus olhos era imensa
Meu corpo, extasiado, bulia
O barrote hirto a mão pedia
Inocente de meu indecoro
Atendendo aos apelos do riacho
Em suas águas, Maria Rita mergulhou
E, nas águas extasiadas,
Em majestosa cobra se transformou.
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