segunda-feira, outubro 30, 2017

NÃO SOU APENAS MINHA PELE


Negro, eu nego
as acepções de teu vocabulário
E de tua torpe teoria,
de minha inferioridade,
me liberto
Nefanda é tua desmedida cobiça
Sujas são tuas mãos, não minha pele
Elas se impregnam do sangue
de homens e mulheres
filhos destas terras,
 e da distante África,
 de meus ancestrais
Eu não tenho porque envergonhar-me
de mim, da cor de minha pele,
de meus cabelos pixaim
Negro, eu nego
as acepções de teu vocabulário
E de tua torpe teoria
Sou desejo, sou vontade, sou paixão
Lúgubre é teu coração
não meu canto:
celebração, resistência, afirmação
Negro,
não sou minha pele,

sou uma nação.

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