Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete,
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar.
Kleiton & Kledir
No
palco evolui uma banda de amigos. O garçom nos serve frutos do mar e vinho. Animado,
você me fala de seus estudos e do texto que está desenvolvendo para o grupo de
teatro.
Tuas
palavras misturam-se à música e chegam-me com o cheiro de vinho em teus lábios
buscando os meus, a caricia de tuas mãos sob meus joelhos, teu perfume
adocicado.
Teus olhos
cintilam e devoram-me … Eu me exponho e me velo, suando as mãos, as pernas
tremulas, sorrindo um riso frouxo, mas decoroso.
Um casal de
amigos nos cumprimenta, ficamos de ir visitá-lo antes de retornarmos à Capital.
“Não és sequer a
razão do meu viver,/ Pois que tu és já toda a minha vida!”
Dizes-me
de Florbela Espanca e da canção que nos chega na interpretação de nossos
amigos. Tuas palavras me excitam, tua voz penetra-me os sentidos já inebriados,
o corpo ardendo… Silencio-te, penetrando-me em teus lábios, misturando nossas
línguas, derretendo-me por entre as pernas...
O
mar calmo, envolvido pela brisa, descansa suas águas a nossos pés. A noite avança descompromissada. Enlaço-me a
ti, beijo-te como beijo primeiro.
Tua respiração,
teu hálito quente, tua saliva misturada à minha, encharcando-me de teu sabor. Tuas
mãos quentes, ágeis, macias, puxa-me para teu corpo, apalpa-me vorazes. Eu me
sufocando.
-
Vamos subir!
[…]
Deixo
que me dispas e com teus lábios percorra meu corpo, os seios, o umbigo, ... Tua língua brinca em mim e eu me derreto...
- Vem! Me fode!
Me fode todinha!
[…]
Contemplo
teu corpo nu adormecido, “decorando tua geografia”. Na boca o gosto de ti, de
tua seiva em meus lábios.
No
espelho do banheiro escrevo: “A vida deveria ser assim: uma grande paixão, um
amor delirante, um perene sonho avançando noites descompromissadas. Teus lábios
brincando em mim!”
Adormeço
em teus braços.
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