segunda-feira, janeiro 01, 2024

Manhãs precipício





 

Há estas manhãs cinzas e frias,

De gosto insípido

O café tomado a goles rápidos

Elucubrando desejos últimos

 

Há estas manhãs de tua presença distante

Eu, pela casa, errante

Dando ouvidos à faca  e suas ilações

O abismo abrindo me os braços

Expectando o salto

 

Há estas manhãs sem canto de pássaros

Sem flores se abrindo

Sem infantes alaridos

Sem compromissos com os amigos

 

 

Há estas manhãs que o tênue fio

de um motivo contigo,

retém meu espírito de seu desejo abismal

 

Há estas manhãs precipício


 

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