Eu queria cantar outros versos,
Que não lembrasse o Bandeira
E seu homem bicho
E o pretinho,
daquela canção dos Racionais.
Meus versos
Não os queria tomados de fome,
Subemprego gumertizado
De mulheres culpabilizadas
Da violência sofrida,
Por gente canalha,
Passando-se por crente
Em meus versos queria
Os sonhos de meus filhos
O beijo da companheira
A conversa com os amigos
Numa roda de cervejas
O brilho nos olhos de quem
Está aprendendo a se lançar na vida
Dos que se aventuram
Nos meandros da Academia
Meus versos,
de esperança e alegria, os queria
Mas o sangue preto,
De chacinas, ainda escorre
Enquanto a meninada se vira no corre
E a mãe, por um pacote de miojo,
É jogada numa cela fria
E, por um prato de comida,
A mana se vende na esquina
Eu queria cantar outros versos
Mas o juiz ladrão se postura presidente
Com o apoio dos que o ajudaram eleger
A familícia.
Era para ser de esperança e alegria
Estes meus versos de suicida
Esperando sua bala perdida.
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