Por esses dias entrei em uma polêmica
devido um filme que não assisti, mas, o como me foi relatado, achei tratar-se de
desinformação histórica, misturado com teoria da conspiração e uma pitada de
desonestidade intelectual. Esses elementos fazem muito sucesso entre
desavisados militantes de redes sociais. E bastou aproximar-se o natal para
aparecer em minha linha do tempo representações gráficas divulgando que outros
deuses de outras tradições religiosas teriam nascido em 25 de dezembro e nas
mesmas condições do Galileu. Um pouco e
superficial conhecimento de história nos esclarece que o natal é uma convenção
estipulada por Constantino em meados de século IV de nossa era, pois não é
possível precisar a data de nascimento do Cristo que, para as tradições
pré-catolicismo, teria ocorrido entre março e abril, supondo que as informações
do Evangelho de Lucas sejam fidedignas. Para se dar importância a algo que
deveria servir apenas como curiosidade, pois se trata do fantástico e do
sobrenatural, é preciso uma forte dose de fanatismo. E os ateus não estão longe
de serem fanáticos. Culturalmente sou cristão e, por resgate de minhas origens
ancestrais, sou, também, filho de Ogum, filho de Oduduwa. Na tradição Iorubá, Oduduwa
é quem criou a terra e todo o universo como o
conhecemos e, ao lado de Obatalá, possibilitou o surgimento da vida. O tal
filme que não assisti, não trata de Ogum. Fico feliz! No entanto não deixo de
ficar especulando o nascimento de Ogum em 25 de dezembro. Mas acho que a data cabe
mais a Oxalá que está sincreticamente relacionado a Jesus. Nas culturas maia e
asteca, quem terá nascido em 25 de dezembro? Proponho-me pesquisar.
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