Para
quem acompanhou as aventuras do agente especial Ethan Hunt deve ter notado que
sempre que ele recebe uma missão, o suporte em que a missão lhe é transmitida se
autodestrói após a advertência: “se você ou membro de sua equipe for pego ou
morto, nós negaremos qualquer conhecimento de suas ações”.
É assim,
me parece, reforço: parece-me, que funciona o treinamento em nossos batalhões
de polícia. Aos policiais parece haver a seguinte orientação: “Nas áreas nobres,
com as elites, sejam subservientes, peçam desculpa pelo transtorno. E se um
cidadão de bem se altercar e te dizer impropérios, mantenha a bovinidade, você
é pago para servi-lo. É isto: se um homem de classe disser-te: tu és um merda,
responda com humildade: “estou aqui para servi-lo, senhor”. Já nas periferias,
entre os homens e mulheres do povo, você deve fazer e acontecer; deve chegar
derrubando portas e distribuindo tapas e tiros. Com a plebe você é o bicho e
bota pra quebrar. Quanto mais pobre, mais humilde, mais monstruoso você deve
ser. Eis o nosso mantra: Nas elites mansidão, com os pobres monstruosidades.” E
com esse treinamento armamos homens e mulheres e os colocamos a nos policiar
com a advertência: “lembrem-se, caso vocês sejam denunciados, nós negaremos
tudo, diremos que é algo isolado e que não compactuamos com tais ações.”
Na
formação policial, é minha impressão, você não pode ser pessoa: ou você é o obediente
cão de guarda das elites ou você é o monstro a aterrorizar as periferias.
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