Tenho ouvido muito disco, conversado com pessoas, caminhado
meu caminho... Belchior
Eu conheci Belchior numa tarde de junho. Preparávamos
fogueira para tio Antonio e o santo de mesmo nome. Ju trouxe o violão e algumas
revistas de músicas. Enquanto amarrávamos bandeirolas, Ju passava com tia alguns
hinos e reizados. Foi primo quem indagou: “você também toca Belchior? Ju
olhou-o e solto um tímido sorriso. Foi neste brilho encontrando o sorriso de
primo que Belchior me foi apresentado. Veio o terço, os fogos, os doces, os
salgados e sucos. E quando vó permitiu então, primo tomou de empréstimo o
violão de Ju. Belchior reinou em dia de santo Antonio. Os olhos de Ju brilhavam
aos olhos de primo, o sorriso-canto de primo sorria-cantava para Ju. Belchior,
o infinito, onde paralelas se encontram, era o festeiro.
“Ano passado eu morri, este ano eu não morro”. Belchior torna-se
imortal, o Corcovado de braças abertos se eterniza.
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